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Maiores de 6
David Maranha órgão
Will Guthrie bateria
Preços com desconto (c/d)
Menores de 30 anos, estudantes, reformados e maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante
Portadores de Cartão Jovem, Cartão Municipal do Idoso, Cartão Municipal das Pessoas com Deficiência
Bilhetes à venda nos balcões do Centro Cultural Vila Flor, do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, da Casa da Memória e da Loja Oficina.
Também disponíveis nas lojas Fnac, Worten e El Corte Inglés e online em https://oficina.bol.pt/
A década de 1960 é hoje considerada historicamente uma época revolucionária cujos impactos sísmicos continuam a fazer-se sentir em inúmeras dimensões da sociedade. Na música, e na arte em geral, as consequências dos movimentos disruptivos desencadeados por uma miríade de artistas interessados em inaugurar novos paradigmas de atuação criativa geraram, entre outros efeitos de longo alcance, a diluição das fronteiras entre géneros musicais e um enfoque particular na inovação e na invenção de novos idiomas. O free jazz desempenhou, como sabemos, um papel fundamental neste processo de redefinição da linguagem musical, libertando-a do espartilho de convenções consideradas obsolescentes. Ao promover a improvisação pura e a criação artística em tempo real, os músicos que protagonizaram este movimento abriram um campo musical autónomo em que a interpretação do cânone foi substituída pela experimentação e por uma progressiva aproximação ao conceptualismo emergente no território das artes plásticas. A parceria iniciada há cinco anos entre o Guimarães Jazz e o coletivo portuense Sonoscopia tem como objetivo refletir esta interpenetração de práticas musicais e mostrar ao público propostas musicais que, sendo tangenciais ao fenómeno puramente jazzístico, se encontram umbilicalmente ligadas a este estilo pela forma como absorvem e modulam a matriz disruptiva das suas expressões marcadamente não-idiomáticas. Em 2022, esta parceria proporá ao público o duo entre o australiano Will Guthrie e o português David Maranha, um projeto que, não sendo inédito, constitui um novo degrau de aprofundamento da relação colaborativa entre dois músicos relevantes do circuito da música improvisada europeia.
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Maiores de 6
QUARTA 16 NOVEMBRO, 21H30
Projeto Sonoscopia / Guimarães Jazz
Atualmente radicado em França, Will Guthrie é um baterista e percussionista com uma abordagem heterodoxa e multifacetada ao seu instrumento, o qual explora recorrendo a técnicas expansivas de amplificação e composição eletroacústica. Com uma discografia impressiva de mais de cinquenta álbuns a solo ou em regime colaborativo, Guthrie lidera o ensemble de percussão e gamelão NIST-NAH e colabora regularmente com figuras influentes do circuito da música improvisada e experimental, tais como Anthony Pateras, Jean-Luc Guionnet ou Ava Mendoza, entre muitos outros.
David Maranha é um músico proeminente da cena musical lisboeta, fruto de um percurso de mais trinta anos em trânsito constante entre territórios musicais. Conhecido sobretudo pela banda de rock experimental e psicadélico Osso Exótico, uma banda marcante da música de tendência vanguardista praticada em Portugal na década de 1990 e da qual foi fundador, Maranha colaborou ao longo do tempo com músicos importantes da improvisação norte-americana e europeia, sendo atualmente considerado pela crítica musical como uma das figuras mais influentes do jazz exploratório português.
No contexto deste duo, do qual já resultou uma gravação discográfica, Will Guthrie e David Maranha procuram desafiar categorizações através da harmonização de diferentes tipologias musicais (drone music, psicadelismo, krautrock e, claro, jazz) numa linguagem comum. Usando a improvisação não como fim em si mesmo, mas como metodologia de base, os dois músicos encaram o som como uma busca constante por um estado de fluxo, e essa será talvez a grande qualidade distintiva de um projeto cuja intenção principal é a exploração especulativa de novas vias criativas e idiomáticas no contexto de absoluta e definitiva fragmentação musical.
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